Estudo comprova que a tecnologia não faz mal pra relacionamentos

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Sou muito fã dos textos do Contardo Caligaris na FSP! Ele é um dos poucos pensadores que consegue olhar pro universo do comportamento digital sem ser nostálgico ou sem se prender a “passados” idealizados que na realidade não eram assim tão perfeitos e humanos.
Na coluna de hoje, ele usou o filme HER, de Spike Jonze, em que o protagonista se apaixona por um sistema operacional, pra falar sobre relações. Os apocalípticos nostálgicos gostam de dizer que o “virtual” (e aqui eu coloco “virtual” entre aspas pois o que rola na internet é também muito real) está matando o “real”, que nossos relacionamentos são de mentira e pautados pelo “estar sozinho em conjunto”: mil amigos online, mas poucos IRL.
Sherry Turkle, citada por Contardo na coluna e autora do livro “Alone Together” (Juntos e sozinhos), diz que a tecnologia nos seduz porque responde a nossas fraquezas. A gente não gosta de estar sozinho, mas tem medo de intimidade. Daí que um relacionamento “virtual” nos dá a profundidade exata de que precisamos em um relacionamento: compartilho minha vida, mas sem todas aquelas exigências que o “mundo real” traz.
E é aqui que Contardo pergunta: mas será que, até aqui, a gente realmente vivia extraordinários relacionamentos reais? Se você entrar hoje no metrô vai estar todo mundo no celular, sem se falar. Mas antesdo ~advento do celular~, ninguém se falava mesmo no metrô, certo? A ideia de que somos hoje seres solitários casados com nossos smartphones é teoria dos apocalípticos nostálgicos. Uma pesquisa recente do sociólogo Keith Hampton, que estuda interações humanas em ambientes públicos há mais de 30 anos, provou o contrário.
A tecnologia não está nos afastando!
Será que estamos apenas andando por aí falando no WhatsApp, jogando Flappy Bird ou checando o Facebook sem interagir com o mundo? O sociólogo já conduziu várias pesquisas sobre o assunto, a mais recente revelou que em ambientes públicos onde o wifi é liberado pra geral, apenas 7% das pessoas prefere ficar no smartphone à conversar e interagir com outros ~humanos~. E esses 7% são de pessoas que já estavam sozinhas. Ou seja…
As pesquisas de Hampton sobre como a tecnologia afeta nossa vida apontam todas na direção de que ela não está nos afastando e nos “desconectando” do que realmente importa. As relações no passado não eram mais reais do que as de hoje e nem os relacionamentos virtuais são tristes substitutos dos reais.
Ainda bem!

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